TANTO
Devo piscar antes de ver,
devo lavar antes de comer,
devo pensar antes,
falar menos, devo tanto.
Fechar antes de sair, abrir
se for permitido, lembrar
o que escrevi no bilhete:
onde estão as chaves¿
Devo retribuir o sorriso e
não falar com estranhos:-
fumar depois do sexo
é clichê de cinema americano.
Mas, é tempo de construir! erguer
andaimes nos arranhas céus
já que as bolsas de Nova York
em Seul estão vazias de dinheiro.
E por toda parte há fome:
as coisas agora têm fome...
mesmo uma sombra anda a
devorar o calcanhar distraído.
E os passos rápidos e lépidos e ligeiros e vorazes e disciplinados não levarão mais
a lugar algum: nem onde, nem quando.
Porque nunca desejaram sair
se para a firmeza no chão foram feitos ,
e antes de caminhar estão.
De olhar as nuvens as guardo doces,
E de amar tanto apascento teus rebanhos.
E basta tombar para o lado
A cabeça que releio a carta,
o bilhete memorando, a
cena memorável de qualquer instante.
E a fome volta a devorar as sombras...
as sombras a luz e a luz o dia com
suas nuvens no céu de Seul,
no coração da América.
Devo piscar antes de ver,
devo lavar antes de comer,
devo pensar antes,
falar menos, devo tanto.
Tanto.