ENTÃO TÁ!

Feriado em meu estado,

Em minha Alma turbilhão danado.

Escuto Madonna com tons de cinzas do passado,

Vejo que o racional e o emocional se duelam...

Então tá!

O jeito é limpar o sangue derramado,

É sorrir para todos os meus amigos encantados

Afinal meu mundo é cercado de duendes e elfos

E cada amigo que chega a meu reino me pergunta:

- Cadê o seu sossego?

Eu num sorriso amarelo,

Ou mesmo num rodopio de Saci-Pererê,

Respondo com os olhos marejados:

“- Foi roubado por uma gata negra!”

“Que na hora que mais precisei correu para um escuro beco...”

Quando respondo isso escuto ao longe revoadas

São minhas amigas fadas que chegam

Levam-me para dançar,

Afinal sou o ancião com alma de Erê.

Numa explosão de cores ao meu redor;

Falam que sou rei,

Domador de dragão,

Que sou um ancião com cara de moleque.

Então tá!

Respondo com um sorriso tristonho,

Sorriso da mosca presa na teia da aranha,

Que na falta do que fazer apenas sorri,

Numa tola esperança que a aranha a liberte,

Ou senão que rompendo todas as leis da natureza,

A aranha se apaixone pela mosca

E o ocorra um feliz para sempre.

Então tá!

Por que me sinto preso na teia da solidão?

Busco as corujas perdidas para me acalentar...

De meu castelo saio para o mundo montado numa Manticora.

Manticora amiga de meus velhos pesadelos.

Vou ao passado,

Tento resgatar o presente perdido,

Afinal o presente não existe na realidade,

Pois ao lançar o pensamento ele já se faz no passado.

O presente é efêmero como é efêmera as promessas de amor eterno,

Como é efêmera o eu te amo da hora do gozo,

Como é efêmero o falso amar que no primeiro problema

Foge para a noite num mundo paralelo.

Então tá!

Na noite onde a gata preta sumiu há corujas,

Há mariposas brancas,

Há pirilampos,

Há morcegos

E muitos encantados que vão me ajudar.

Na rotatória do destino,

Onde entram Manticoras,

Dragões

E Fantasmas.

Estava lá uma jovem coruja com o papo cinza a me esperar,

Enviada de Minerva com certeza.

Mudou o meu nome para algo carinhoso,

Falou que tudo dará certo,

Que apesar de meus mil anos e de minha corcunda,

Ainda sou jovem.

Chamou-me de amigo perdido,

Sorriu para mim,

Voamos em minha Manticora para pescarmos salmões;

Vimos rios cristalinos

E naqueles momentos,

Esqueci a unhada da gata preta

E até fui feliz.

Então tá!

André Zanarella 09-07-2013

Tá = O mesmo que atá ou até. Sim Basta

Manticora = criatura mitológica, semelhante às quimeras,