TEMPO
As horas soam sem Cessar
Voam num galope alucinante
Com um canto vulgar e indolente
Torturando meu inseguro caminhar
Os dias correm como loucos
E eu aflito e insone á vigiar
Transbordo pela vida um puro amar
E descubro que o bastante ainda é pouco
Os meses vem descendo em cascatas
Preparando no ventre um novo clima
Uma nova estação em minha sina
Uma rima de ilusão insana e casta
Os anos já não passam como antes
Agora eles caem sobre mim
Como ferozes sinais do porvir
Como velozes ventos errantes.