Saudade doída

Doida, doída,

Dolorida, dilacerante.

Por que é que a dor de dentro

Dói mais?

Não tem remédio,

Não passa,

Nem com reza braba...

Por que é que a dor da saudade

Judia tanto da gente?

Não tem substituição,

Distração ou explicação.

Apenas dói.

Dói uma dor doída da alma,

Que chega até a carne do coração.

Uma dor insuportável,

Indescritível, insuperável,

Que só quem sentiu sabe.

Dói de um jeito inquietante:

Vontade de sair correndo,

E ao mesmo tempo,

De esconder-me dentro de mim.

De querer ver o mundo

E mais ninguém.

Numa tentativa que se sabe

Completamente em vão.

Porque só esse alguém único,

Especial e insubstituível

Seria capaz de curar essa dor...

Essa dor tão doída, dolorida,

Ferida em carne viva,

Que não fecha, não cura,

Tampouco cicatriza,

Que sangra de um coração

Que morre de tanto amor.

[A ferida não fecha, porque o coração está aberto...

A dor não cessa, porque o coração não estanca o amor...]

(Catalão, 30/05/2013)

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 10/07/2013
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