Teatro da Desgraça

O peso da estupidez humana cai sobre o rosto

Tornando impossível o movimento de sorrir,

É a queda, a implacável lei da gravidade;

Em um ato de desespero os anzóis da vida

Pescam nossas pálpebras para assistirmos

O massacre do belo e sublime,

Para nossos olhos combinarem

Com nossa face da tragédia,

Para em uma explosão atlântica

As lágrimas inundarem de amargura

O coração da arte e a enchente da revolta

Varrer a epidemia paraplégica da incompetência

Que deixaram inertes os membros que pintavam a beleza;

Em resposta, a Besta que existe no coração mortal

Alimenta-se do cataclismo artístico,

Brindam nossas lágrimas e se afogam em cifrões

Enquanto as plateias são transformadas em Hienas

Que consomem em delícia imundices e podridões

E tornam-se sem saber mais imundas e podres

Do que as vilanias que se alimentam,

Horrorosas, riem da desgraça alheia em zombaria

Sem saber que estão zombando de si mesmas;

O último ato da humanidade

É comprar remédios para as dores do espírito,

Uma dose de lepra destilada na alma,

Para tornarem-se fantoches de seus prazeres primitivos

E inibirem as dores que lapidam o ser e constrói a beleza,

Que morre em vocês afogada pela cólera de minhas lágrimas.

Leandro Tostes Franzoni
Enviado por Leandro Tostes Franzoni em 10/07/2013
Reeditado em 11/03/2014
Código do texto: T4379968
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