Poesia.

Nas ruas, um carro passa

Os carros passam

um a um

aos poucos.

As árvores enfileiradas

se aprumam do começo ao fim da rua.

E os prédios elevam-se em blocos.

Num canto da cidade

casas mal acabadas agrupam-se

diferentes, desiguais

massa empelotada à vista

Arquitetura não inscrita.

A nuvem,

Resquício de tela branca do quadro azul.

Nesse exato instante todos estão às ruas

E também nas casas e prédios,

todos estão nos parques e nos bares,

nas calçadas, nas janelas, nas alamedas,

atravessando a ponte, alugando vídeo

casando, assistindo TV, caminhando,

ouvindo música

e os outros todos:

que estão cantarolando, contando piada,

andando de ônibus, esperando o trem,

trabalhando nos restaurantes, consertando as antenas,

lavando o carro, rezando, fumando

abraçando, só, a dois

em três, seis, família, cachorro,

e todos:

estão cozinhando, podando o jardim,

procurando o molho de chaves, escrevendo um texto

pagando as contas, tirando dinheiro do banco

lavando o chão, comendo feijão, das lavouras ao mar

nestas tantas.

E todos estão.

Denis Acorinte
Enviado por Denis Acorinte em 09/07/2013
Código do texto: T4379454
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