Fenômeno
Tornei-me chuva, sol e vento beijei-te como o pássaro beija a flor, desejei não te amar tanto, corrompi-me no calor de tua ansiedade. Quando chovia, sentia-me estraçalhar por dentro, e quando o sol nascia, me queimava, era quando eu precisava da ação do vento.
Fui de tudo, desde a amante à Profeta, fiz versos diversos para acalentar o teu pranto, fiz do meu amor o seu canto.
Tive a esperança de que meu castelo de areia não seria destruído pela chuva tempestuosa. Quanta esperança desnuda de qualquer outro sentimento que não fosse o de te amar, tentei sobreviver a todo tormento, e mesmo sem o seu acalento, eu não consegui morrer...
Mas um dia, sem mais nem porque, a esperança sempre tão presente, se cansou de ser tola e esperar, e tua presença tão ausente, se perdeu num dia qualquer sem hora ou lugar.