ODISSÉIA

Da tua falta  de jeito de acariciar,
do que não te ensinaram,
do que não te aprendeste,
nada, nada apaga a chama que brilha
no teu coração e te descortina.
Colho em mãos de veludo a menina
que, à força, redescobre a trilha
desconhecida de si mesma no leste.
Rumos outros te levaram
por sendas esquecidas do verbo amar.

Mas amas,
eu o sei,
pelas chamas
que explorei.

Em leitos e noites, em manhãs e escombros,
estive na tua alma feito explorador.
Penetrei cavernas para te encontrar.
Escalei escarpas rudes, quase morri.
Subornei enviados do diabo, fui político.
Vasculhei mausoléus e, num momento crítico,
cedi à dor, ao destino e te persegui.
Lá, eu não era com amor!
Lá, era eu sem ter o que dar,
luta hercúlea de vencer asssombros.

Mas, hoje, amor,
apenas te espero,
nem sei da dor,
somente te quero!

Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 08/07/2013
Reeditado em 10/07/2013
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