BIG BROTHER BRASIL
Aos pobres atiram poucas migalhas sujas
Que são nada mais que restos de restos
E só são a si de nobre prestos assim
Aos pobres, comida; a eles, como cajados
E nas entremeias das sombras castigados
Pelo passado que lhes deu a criação
Paupérrima vida aparentemente mutável
Do berço assim, na morte também serão.
As meninas que são de fato cópias aleatórias
Das coisas vis e fúteis da tela sem tinta
E um futuro concreto, nenhuma delas pinta!
Cantam por objetos o que chamam de vitórias
E as burrices que se aprende com quem erra
São mais relevantes do que as dum vencedor
Que não nos mostra provas de sua batalha
Mas, aos quatro ventos, diz que a ganhou.
E as que do berço surgem para o ventre
Involuem por atenção excessivamente baldada
Ficam a se perguntar o que leva alguém
A não ter vontade de não fazer mais nada
Vagabundas esqueléticas, loucas e tapadas?
Ou vítimas da hipocrisia que nos é natural?
Ou talvez do que a grande rede lhes fala
E admite como deste jeito sendo normal?
Aos pobres que não são lembrados por elas
Nada resta se não uma pena modista
Para querer ser déspota de cada lista
Vãos e vis somos os que também falam
Besteiras quando não é pra se dizer
E silêncio quando todos certos se calarão
Somos os críticos que nada entendem do mundo
Vendo a felicidade alheia num programa de televisão.