Uma Noite numa Xícara de Chá

Era apenas uma noite

E uma xícara de chá fumegante

Vaporosa

Aromática erva entranhava

Nas minhas vísceras

Na luz do abajur

E nos fiascos raios de luar

Que entrava pela janela

Semi – aberta

Cheiro de oriente

Aquele chá tão quente

Anis cravo canela

Dilatava minhas pupilas

Perfumava meu nariz

E era apenas uma xícara

De chá

Numa noite eterna de inúmeros

Poemas inacabados

Versos madrugados

Que terminaram como gravuras

Repletos de nervuras

Do resto de chá

Quando já tinha esfriado

Derramados nalgumas folhas

Terminaram machados

Aqueles versos ficaram perfumados

Eram sonetos irregulares

Mas que podiam ser farejados

Tinham aromas

Tinham cores

Eram guaches que pareciam

Que tinham sido pintados

Mas eram apenas gotas de chá

Numa noite de poemas

Que não terminaram...

Numa noite em uma xícara

De chá.

Luiz Alfredo - poeta

luiefmm
Enviado por luiefmm em 08/07/2013
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