Manual da poesia.

Não há mais lua, nem deserto radical.
Nem  abismo,  nem a possibilidade de nele afundar.
Saindo do emaranhado, deixando atrás os pensamentos.
Esquecendo  do mar e das estrelas.
Não sendo o vento que ainda não soprou...
Seria um faminto rachando ao sol, sem alimento.
Tentando sem  conseguir.
Tirar do esboço a tristeza e transformá-la em alegria!
Em dado momento
talvez  encontrar o manual da poesia,
prevendo assim o que escrever, ou a quem agradar.
A quem incomodar em seu próximo devaneio.
Podendo escrever sobre crimes, sangue, ou protestos.
Políticas, há bloqueios, não entrar por esta frecha.
Poderia abordar outros temas,
Se a poesia de um amor louco afronta
Se o existir pisa, incomoda. A  mim não. Vivo para sonhar.
Uma vez que sem o manual da poesia, é a pura evasão.
Sem o guia, é perder-se. É ir parar bem distante.
Quiçá!
Um asilo para  velhinhas loucas lhe aponta!
O melhor é seguir em frente, sem olhar para trás
Nem dos lados, seguir à revelia do mundo
até o dia em que por fim será  curada,
ou interditada em um segundo.
Apenas um sonhador na vida, será.
Uma louca, sem nada de amor, nada de profundo.

 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 08/07/2013
Reeditado em 12/05/2016
Código do texto: T4376882
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