Manual da poesia.
Não há mais lua, nem deserto radical.
Nem abismo, nem a possibilidade de nele afundar.
Saindo do emaranhado, deixando atrás os pensamentos.
Esquecendo do mar e das estrelas.
Não sendo o vento que ainda não soprou...
Seria um faminto rachando ao sol, sem alimento.
Tentando sem conseguir.
Tirar do esboço a tristeza e transformá-la em alegria!
Em dado momento
talvez encontrar o manual da poesia,
prevendo assim o que escrever, ou a quem agradar.
A quem incomodar em seu próximo devaneio.
Podendo escrever sobre crimes, sangue, ou protestos.
Políticas, há bloqueios, não entrar por esta frecha.
Poderia abordar outros temas,
Se a poesia de um amor louco afronta
Se o existir pisa, incomoda. A mim não. Vivo para sonhar.
Uma vez que sem o manual da poesia, é a pura evasão.
Sem o guia, é perder-se. É ir parar bem distante.
Quiçá!
Um asilo para velhinhas loucas lhe aponta!
O melhor é seguir em frente, sem olhar para trás
Nem dos lados, seguir à revelia do mundo
até o dia em que por fim será curada,
ou interditada em um segundo.
Apenas um sonhador na vida, será.
Uma louca, sem nada de amor, nada de profundo.