EFÊMERO
O sol se põe dourado
Sem sequelas sem magoas nas terras do sul
É dele a estrada que leva ao crepúsculo
É dele o ultimo fulgor dos dias
E quem conhece teus caminhos oh astro rei?
Quem transcende tua verdade?
Aquele que desce a colina colheu flores
Aquele que visitou o pomar provou pêssegos
Tudo são simples e cíclico
Toda a verdade do mundo...
Quem nas lavouras colhe o trigo?
Quem lavou o arroz da tua mesa?
São inúmeros estes pontos... quase infinitos
Inimagináveis planícies esmeralda
Se o céu chora cai a chuva
Quem pode ignora-la?
Há algum humano que nunca tenha sorrido na tormenta?
Há quem possa não ter erguido o rosto pra estas lagrimas?
E o que o vento traz vem devagar...
Aromas precisos e mágicos
Cheiro de fauna de terra de mato
Perfume de flores
Alfazema
Lírios
Também jasmim
O vento embala as velhas arvores
Anciãs de tempos antes do tempo
Arvores que vieram da minha terra
E antes dela da terra de meus pais
Sementes que podem viajar você conhece?
A natureza nunca finda seus truques
Tudo é eterno em seu seio
Efêmero é só você...
Efêmero sou só eu...
Efêmeros somos nos...
O sol se põe dourado e calado nas terras do sul
Nenhuma voz
Nenhum protesto
Só um incandescente sorriso jubiloso
Como se dissesse uma única palavra
Efêmero.