TIA ISAURA
A matriarca renasceu,
ao rever seu único irmão vivo
retornou para tempos idos...
com idade avançada,
vistas cansadas
e a debilidade física tão aparente.
Mesmo assim, com dificuldade
caminhou para o abraço sorridente.
O irmão se emocionou como costume,
pois sabia do quanto ela significou para toda estirpe.
Após alguns minutos de contemplação,
sentaram e a saudade dessa vez, deixou de existir no coração.
E os dias foram contados...
conversa longa, lembranças mil...
alguns passeios
e o dia do retorno chegou.
Difícil momento,
lágrimas e sentimentos,
mas nem tudo acompanha o encanto como o desejado no pensamento.
O sorriso da matriarca se apagou,
pois havia imaginado
que desta vez seu irmão
ficaria ao seu lado.
Porém, a vida nem sempre é justa
e nem tudo pode ser enfrentado com facilidade
e sem luta.
De uma família numerosa,
somente os dois permanecem na ativa.
E todos dependem das circunstâncias...
por serem idosos,
num mundo que limita muito a vida.
Ah! Como seria muito bom
se todo o restante da família,
olhasse para ela com maior atenção.
Porque ela teve um papel importante,
abrindo portas de prosperidade sem condição.
Mas, creio que ninguém saiba da história
e de como ela anda tão desanimada,
que pede a Deus todos os dias,
pra que na paz descanse suas dores e a alma.
Porque hoje já no final da idade,
apenas a solidão
tem como paisagem de identidade.
Fim desta, Cristina Maria O. S. S. – Akeza.