SUAVES PESADELOS
O meu coração cheio de nuvens
Treme no frio da solidão
Ameaçando desabar as barreiras
Que Te afastam de minhas mãos
Sofre as baixas temperaturas
Que se alimentam de tua ausência
Acorda terríveis arrepios
Que gritam rachando essa saudade
Velha rabugenta a riscar
O avesso das roupas, dos móveis
As paredes do vazio
Sem ter muito o que querer
E tanto a desejar
Num perfeito desmantelo
Deita-se em soluços
Sem o cobertor da paixão para aquecer
Cobre-se com o manto da saudade
De uma voz, um boa noite,
Um sorriso, um olhar
E dorme, abraçado a suaves pesadelos.