Do MEDO

CONSUMIDORES DO MEDO

Clevane Pessoa de Araújo Lopes


O olho que vê é o olho que teme.
O que não vê,
dilata-se pelo imaginário
condicionado ao sabido.
Uma voz que pergunta as horas,
causa sobressalto.
Passadas na calçada
aceleram o coração cansado
de sustosdesustosdesustos
sustosustosustosustosustos...
Assustadas,as pessoas, timoratas,
parecem potros que trotam
em direção a cousa alguma.
Pressa de fuga,para nenhum lugar.
Necessidade de abrigo,
não importa a idade que se tenha,
o que importa é o perigo oculto
e o perigo desvendado
no útero inchado da cidade.
Os homens de Deus,temem
os homens do Mal;
escondem-se atrás
de grades e muros,
prisioneiros em seus lares. ..

Belo Horizonte, 04/04/2007

Escrita hoje,para a ciranda proposta por Victor Jerônimo e Mercedes Pordeus, do grupo Ecos da Poesia.