Ela, do nada
Ela surgiu, emergiu de algum lugar
De onde o belo reveste qualquer olhar
Do fundo de um sonho sentido com clareza
De onde espíritos do êxtase aplaudem sua beleza
Eu olhando para seu sorriso, ela sem me notar
Não importa, assim a olho, e devoro seu corpo
Sei que algo é sério, quando não sei o que há
Quando não percebo e já tardio estou em outro lugar
Seus segundos olhares, seus cachos dourados
Seus gestos simplórios; tão distante nosso universo,
Mas viraria o mundo ao averso para poder lhe tocar
A aqui suplico ao caos, uma oportunidade de sonhar
Não há nos últimos delírios de realidade, enfim
Um ser mais belo no mundo inteiro
Que por sorrir para mim, me trouxe o que perdi
Na decepção e no desespero...
Bela noite de diálogos fúteis, de tanta simpatia
Nunca sorri com tanta vontade,
Há tempos que esqueci o que queria
E mal lembro do que sorria de verdade
Foi a química da vontade, inexplicavelmente clara
Foi bom te conhecer e me esquecer por minutos
De qualquer ideia, pessoa, coisa ou produto
Era você e mais nada, tão claro, a edificadora da morada
Não há técnica para ser nervoso, nem verdadeiro
Minha carne tremer diante de ti foi glorioso
E ainda fez apagar o impulso insensato morteiro
Do meu passado escuro frio e nebuloso