constrangido
Quem me dera, a minha voz a alcançasse feito gente,
trouxesse conforto num acalanto,
cantando Chico, minha Teresinha,
e, neste mesmo embalo, aquecesse tua pele,
igual a luz do sol em um dia de inverno,
e secasse toda e qualquer lágrima.
Humano, mero e mortal, como eu
padeço ao assistir o pranto teu
constrangido, esperando que a chuva passe,
parece uma propaganda volante,
incômodo aos ouvidos, agoniante ao peito
desculpe a minha falta de jeito
Eu só tenho este corpo,
toma, eu te empresto, usa meu ombro,
ignora as minhas roupas, molha minha camisa
enquanto minhas mãos falam com afagos
tudo o que a língua dormente embola:
"Vai dar tudo certo, meu amor."