PARADOXO
Chamo de vida a minha sobrevivência
Vontade de gritar
Sair correndo
Me jogar do alto sem ter paraquedas
Sentir a dor de estar quase morrendo
Nadar por entre o níquel das moedas.
Superação, palavra duvidosa
Super ação não dá
(Meus ombros fracos)
Não pude ver
Você cruzando a linha
Os meus instintos
Estão um tanto opacos.
Fiz uma pipa
E nela eu gravei seu nome
Pra levanta-la
Usei a linha do horizonte
Você no céu
Eu preso à terra
Paradoxo!
Você tão longe
Do outro lado da ponte.
Quero correr sem pés
E abraçar sem braços
Quero tocar sua mão sem ter a minha
Quero falar milhões de coisas sem a boca
Você comigo e ao mesmo tempo sozinha
Quero sentir seu cheiro sem minhas narinas
E ouvir sua voz sem uso dos ouvidos
Quero te ver mesmo não tendo olhos
E sem ter língua sentir gostos proibidos.
Eu quero ser você pra me amar demais
Que você seja eu pra saber o que sinto
Que nós sejamos um no tempo do presente
E que sejamos dois no imenso labirinto.