PARADOXO

Chamo de vida a minha sobrevivência

Vontade de gritar

Sair correndo

Me jogar do alto sem ter paraquedas

Sentir a dor de estar quase morrendo

Nadar por entre o níquel das moedas.

Superação, palavra duvidosa

Super ação não dá

(Meus ombros fracos)

Não pude ver

Você cruzando a linha

Os meus instintos

Estão um tanto opacos.

Fiz uma pipa

E nela eu gravei seu nome

Pra levanta-la

Usei a linha do horizonte

Você no céu

Eu preso à terra

Paradoxo!

Você tão longe

Do outro lado da ponte.

Quero correr sem pés

E abraçar sem braços

Quero tocar sua mão sem ter a minha

Quero falar milhões de coisas sem a boca

Você comigo e ao mesmo tempo sozinha

Quero sentir seu cheiro sem minhas narinas

E ouvir sua voz sem uso dos ouvidos

Quero te ver mesmo não tendo olhos

E sem ter língua sentir gostos proibidos.

Eu quero ser você pra me amar demais

Que você seja eu pra saber o que sinto

Que nós sejamos um no tempo do presente

E que sejamos dois no imenso labirinto.

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 05/07/2013
Reeditado em 07/11/2021
Código do texto: T4373444
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