Canceriano que sou

Não consigo dormir,

novamente caminho no escuro,

masoquismo puro

nesse tão conhecido ir e vir.

Meu amor dorme, de novo.

Nada parece mudar

nessas noites que teimam em parar.

Não sonho mais com o prazer em nós,

posto que dois viraram um.

Algumas vezes, nenhum.

E se viram tão sós.

Estar só sem estar sozinho,

difícil entender,

se o amor virou carinho

em um dar sem receber.

Como mudar essa sina,

essa minha rotina,

de tentar apenas não enlouquecer.

Tanto tempo tentei entender o teu amar,

esse jeito de se dar,

apenas assim, passivo, quase inerte.

Eu queria o flerte

com essa mulher,

que já não sabe flertar.

Quero um amor por inteiro,

canceriano que sou,

sempre me dou

como se fosse o último, derradeiro.

E a noite não passa,

persiste,

insiste em ficar.

E o mais intrigante

é que não há culpas que se possa cobrar.

helio ahcor
Enviado por helio ahcor em 05/07/2013
Código do texto: T4373042
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