Inquestionamento

INQUESTIONAMENTO

Como posso ser romântico,

Se nunca desprezo a razão?

Será que sou um romântico castrado,

Ou sou apenas platônico?

Quando viajo em minhas divagações

Visito novas plagas maravilindas.

Mas sempre volto para casa,

E minha individualidade evapora-se.

Que sociedade é essa?!

Onde eu não sou mais eu.

Simplesmente fui reduzido,

A um minguado parafuso,

de uma engrenagem crescente.

Minha vida é um amaranhado de alfarrábios

Que jamais tive coragem de passar a limpo.

São como se fossem projetos úteis,

Vetados pela minha própria consciência.

São como teias de aranhas

Que não me empenho em limpá-las,

Pois tenho receio que possa romper

Meu cordão umbigrenal.

Vejo minha imaginação caindo,

Com asas cortadas aterrisso,

Faço um pouso focado

O aeroporto está congestionado.

“Minha realidade virou sonho, no caixa do supermercado, mesmo estando com o Real no bolso”.

salencar
Enviado por salencar em 04/07/2013
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