Inquestionamento
INQUESTIONAMENTO
Como posso ser romântico,
Se nunca desprezo a razão?
Será que sou um romântico castrado,
Ou sou apenas platônico?
Quando viajo em minhas divagações
Visito novas plagas maravilindas.
Mas sempre volto para casa,
E minha individualidade evapora-se.
Que sociedade é essa?!
Onde eu não sou mais eu.
Simplesmente fui reduzido,
A um minguado parafuso,
de uma engrenagem crescente.
Minha vida é um amaranhado de alfarrábios
Que jamais tive coragem de passar a limpo.
São como se fossem projetos úteis,
Vetados pela minha própria consciência.
São como teias de aranhas
Que não me empenho em limpá-las,
Pois tenho receio que possa romper
Meu cordão umbigrenal.
Vejo minha imaginação caindo,
Com asas cortadas aterrisso,
Faço um pouso focado
O aeroporto está congestionado.
“Minha realidade virou sonho, no caixa do supermercado, mesmo estando com o Real no bolso”.