UM AMANTE ATEU
Amo-te como um ateu
Que não cultivando um Deus
Endeusa a mulher amada
Com rituais secretos às tardes
E uma saudade gritante
No calor das madrugadas
Onde o suor das lembranças
Banham um corpo em solidão
E o céu beija os lábios do inferno
A descrença é pura ilusão
Pois aos santos e deuses
Clamo por Afrodite
Com minha poesia emudecida
A contemplar a inspiração.