Espetáculo

O ar cheio de silêncio,

Em sinfonia musicava o desejo.

O riso da boca vociferava pecado,

Enquanto a tua pele nua molhada,

Na selva caminhada,

Ao altar da cama,

Instigava soba aquela visão.

Roçava sem sair do chão...

Assinava nos lenções,

A meio tom de luz,

O que a febre d`Alma ensandecida convidava,

Sem escrúpulos.

Era um querer mais do que uma necessidade;

Era uma verdade,

Que fazia-se das letras em uivos suaves,

Sussuros amaveis,

Para me ter.

Não era nem uma noite;

Nem era nem um dia;

Horas que se perdiam,

Que se faziam,

Sem identidade de tempo.

Aceso o momento,

Claro escuro,

Sem muros,

Começamos a viajar.

Num entra e sai de bocas;

De toques e mordidas;

De vozes sem sentidos...

De gemidos,

Na arte de inventar e viver o nosso mundo.

Não era nem você nem eu...

Nós numa conjunção carnal,

Acirrados num gozo moral,

Que deixava as dores e a culpa ser perdoada,

Pelo nosso amor.