Da Reclusão da Alma na Carne e no Pecado

Recluso entre letras incandescentes;

crepitando na chama resplandecente

de uma poesia iridescente como o sol

que queima no peito sob a luz translúcida do arrebol,

que é a pura mistura das cores e inspirações

convalescentes de um mal nesses corações

que apaixonados adoeceram em nostalgia,

que já não pulsam com a vivacidade de outros dias.

Recluso às linhas de um caderno farpado e velho;

revigorando em versos as trilhas de um ancião

que ressurge em alma entre uma e outra vida

e, compreende as lutas nessa sublime resignação,

que é sofrimento e de tão ávido já é contento

nessa penumbra que vem do olhar tão resiliente

que comumente as lidas tão vãs e arbitrárias e vividas

e, de toda a superação o aprendizado faz-se real.

Recluso a alcova sem que me mova de algum lugar;

buscando em si mesmo os paradigmas desse luar

que tão prateado inspira até o mais algoz momento

que pela madrugada liberta o espírito do corpo denso

que é tão grosseiro e tão ligado a essa enfermidade

que prende os sonhos, que finca os pés na irrealidade

de todas as buscas pelos caminhos de uma verdade;

que se ocultou a tempos nos pergaminhos dos onze sábios.

Recluso à mística tão intrínseca da eternidade

recordo as parábolas que então repletas de inverdades

encobrem ao vulgo toda pureza dentro as metáforas

que entrelinhas revelam algo entre a transcendência e a mácula;

e na metonímia da magia viva por entre todas as estrofes

o sábio cala e intercala os anseios e os devaneios

e, sua vontade sobrepõem-se a idade de todas as eras

e, a sua lenda pessoal é como um retrato do caos das guerras.

Recluso ao corpo segue absorto esse raciocínio

e, o inconsciente já está ciente dos seus pecados

inenarráveis e tão palpáveis nessas visões

que povoam meus dias, que incitam minhas contemplações.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 04/07/2013
Código do texto: T4371391
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