Cachoeira

Nas águas cansadas mistérios e mitos

e vozes nas matas cantando feitiços

que quebram mandingas e trazem a luz

aqueles que saúdam os povos antigos;

e elevam nas preces respeito e pedidos

que fluem nas chamas sagradas das velas

que queimam serenas junto as oferendas

entregues perfeitas aos seus Orixás.

Nas asas cansadas um corvo faminto

ou a mão dos Exús trabalhando o afinco

àqueles seus filhos de sangue e de alma

fazendo a ressalva às causas perdidas;

lançadas no tempo além do espaço,

além de Aruanda ou do velho regato

que carregou histórias de vidas de outrora

que marcou na carne o gosto da vitória.

Na terra cansada uma mancha de sangue

entremeio um liame de lágrimas antigas;

pranteadas dos olhos de um Preto-Velho

que com sábio olhar contempla a vida

que é sempre aguerrida, dia após dia;

mas o espírito resiste com perseverança

e, se eleva entre a bruma do incenso que acalma

e, estreita meus eternos laços com a espiritualidade.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 04/07/2013
Código do texto: T4371390
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