Um Olhar Pela Fresta do Tempo
Me achego no parapeito da varanda
e debruço na janela da beira do mundo
perante magnânimas estrelas vermelhas
e azuis como os olhos que me fitam serenos.
Agora sou vazio mas, há plurissignificação
nos pensamentos que vagam vadios
e, no sorriso do seu rosto uma esperança
e, no peito em nostalgia uma lembrança;
de um outro tempo, de um beijo e a despedida
da vida e da morte, mas o que fica é consciente
e, o onisciente habita a alma e o coração
e nos faz imagens e semelhanças dessa paixão.
Me achego na beira do abismo do espaço
e daqui me entrelaço a essa luz cósmica
que é o gérmen das coisas formidáveis
que é a semente do corpo e da mente.
Agora já não há mais temeridades
somente eu e você tal qual centelhas
voando pelas veredas tão verdadeiras
de uma existência de eternidade e integração;
a um outro tempo, a um outro momento,
onde fundimo-nos como o aço dos imortais
e fomos empunhados pelas mãos divinas
na batalha derradeira entre o bem e o mal.