Doa-se um coração

Doa-se um coração,

Estou abrindo uma exceção,

Mas não é por mal, ele sempre foi um bom companheiro,

Decidi oferecer esse membro tão sincero, mas insensato.

Por ser um coração incomum e deveras verdadeiro.

Doa-se um coração muito bem conservado,

Batendo acelerado, mas que já fora decepcionado,

Cedi a ele um espaço e ele me contrariou,

Um coração leal, mas por vezes ingrato,

Que me jurou não fazer o que acabou fazendo muitas vezes,

E quebrou a cara e se partiu.

Doa-se um coração verdadeiro,

Que já amou em segredo, e prometeu não se machucar,

Mas quebrou a promessa e se magoou,

Já esteve dilacerado, mas se recompôs.

Um coração solitário, mas parceiro,

Que sempre permaneceu ao meu lado e sempre me fez aprender,

Com as desventuras vividas e tantas aventuras desatinadas.

Doa-se um coração sofrido,

Já desiludido, com os porquês irrespondidos do mundo,

Seu bater já fora mais alegre, mas ainda há tempo de se reerguer.

É um coração humano, com defeitos e imperfeito

E marcado pelas mazelas da vida, assim

Já chorou e sofreu e até ameaçou parar, por muito padecer.

Doa-se um coração machucado,

A base de contrato, com cláusula de arrependimento posterior,

Se não lhe agradar eu o aceito de volta,

Pois ainda que me contradiga,

É um coração puro e com enorme vontade de ser,

É um membro necessário, para quem quer um intenso viver.

Ge Vitorino
Enviado por Ge Vitorino em 02/07/2013
Código do texto: T4368077
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