fada safada
as meninas não queriam calçar os sapatos
preferiam chegar ao céu sem ter que andar
ou retirar dos engenhos as estações
em que os trens chegavam desolados
na plataforma o soldado querendo ter namorada
e a lavadeira com as roupas sujas
num embrulho de plástico
cabelos presos com elástico
os trilhos se aconchegando na chuva
a mãe com um bolo de uvas
o cacho de aniversário da fada
essa “fada safada”,
lia o letreiro do trem