A dieta do poeta
A dieta do poeta
Cortei do meu cardápio: massas, refrigerantes, doces ...
Acrescentei poesias, algumas canções do chico,
salpiquei com romances, boas leituras e
perdi a adiposidade; ganhei gordura encefálica
e uma massa corpórea macérrima.
Não comi alface – não gosto de alface
Prefiro empanturrar-me com Drummond
e tomar um bom porre de Fernando Pessoa.
Fiz exercícios físicos na esteira do meu leito
e o amor queimou calorias de solidão
Mas não deixei a sobremesa de lado
“Como água para chocolate”
Estou leve – E o vento me levou.
Enfrentei a balança com determinação
Perdi a pança e alguns “pneusinhos”,
mas não perdi a gordura das frivolidades
Ganhei mais músculos em meu coração,
afinal, poeta precisa de força para amar – ma non troppo.
Depois desse regime em frente, verso e avesso,
ganhei e perdi:
Ganhei mais vida dentro da vida
e perdi quilos em estereótipos
Como é bom estar magro aos olhos do mundo
E obeso para todos os sentidos da vida!
Mário Paternostro