Desventura
Um dia de inverno, tão gélido
Quanto a desperança que reluta no intimo
E se liquefaz em lágrimas nas madrugadas.
Não tenho tido forças, perdoe-me!
Perdoe-me por sentir sem sentido...
Por este querer,assim, desordenado,
Pelo pranto indevido,
Inconveniente...Por vezes,omisso.
Perdoe-me... é tudo que tenho a dizer!
Que não me falte culpa, nem pesar.
Absolva-me, embora não faça por merecer.
Mato minha fome sem ter paladar...
Refresco-me com água salgada,
E afogo minhas mágoas no mar.
Seria a minha vida infortunada?
Não sei!
Nesta hora tão vã,
Que corram de mim as palavras...