De bandeiras e de pátrias
De bandeiras e de pátrias
À criança pedem que (re)desenhe
e que (re)interprete “símbolos”
retângulo
losango
esfera
constelação inteira
dizeres (entre duas curvas)
ordem
progresso
pátria
quando ela própria é ainda espaço
a ser preenchido
com uma cor (ou muitas)
traços inexatos
riscos (incalculáveis)
à criança
o interminável “dever de casa”:
reconhecer como suas
heranças macabras
aprender a amar (ou a odiar)
pela força bruta
pelo abandono nas ruas
ou pela delicadeza
de um lápis.
[Graça Lopes, 2009]