Primavera
Chegou a primavera, é vero !
Foi-se de vez o inverno,
a passarada está solta no céu,
meus sentimentos soltos ao léu.
Sinto a energia saindo do chão,
a terra inchada de tanto tesão;
os brotos e as flores logo virão
decorar o cerrado em pleno sertão.
Ó água puríssima da cachoeira,
abençoa o meu corpo na ribanceira,
quero passar terra vermelha na pele,
andar tranquilo sem ter quem me vele ...
... só a natureza, de imenso poder
que ora me nutre para todo o viver;
deitarei nos campos de relva macia
contemplando o cosmos de mente vazia.
No leito decorado com flor amarela
amarei a mulher da forma mais bela -
em nenhuma alcova o cenário é igual
assim tudo o mais se torna banal.
Brasília, 18 de agosto de 2005