A ESPERANÇA AINDA EXISTE

A ESPERANÇA AINDA EXISTE

Um segundo...

Um milésimo de segundo...

A esperança ainda existe!

A porta se fecha,

A janela,

Apago a luz.

A esperança ainda existe!

O tempo escoa,

A fruta embolora,

A ruga nasce na face,

O coração endurece,

Uma pena de minhas asas cai...

Seria a ultima a cair?

A esperança ainda existe!

Seria o velho tão errado,

Que se diverte sem cair de beber?

Outra pena cai ao chão...

O telefone não toca,

O ar não entra nos pulmões,

Valores certos e errados.

Boteco de bêbados fedorentos,

Gírias incompreensíveis.

A esperança ainda existe!

Ate no momento do jogo sujo,

De jogar as cartas na mesa,

De mendigar o carinho.

Outra pena cai ao chão...

No baú de penas há apenas desilusão.

Queria não ter asas,

Queria não ter coração,

Queria estar no Titanic

E no mar gelado me afogar.

A lágrima não veio à face,

Em cada vontade uma pontada,

Uma dificuldade do ar em entrar,

Uma pontada na batida do coração,

Uma pontada na pena arrancada.

Maldito dedo podre que escolhe errado!

Que acha que todos são nobres,

Que Deus é um velho bonzinho.

A esperança ainda existe!

Em cada pensamento negativo,

Puxo o ar para os pulmões,

Atravesso o corredor,

Parece que ele quilômetros,

Quero gritar...

Acredito na esperança,

Assim como a esperança existiu,

Assim como a esperança existe,

Assim que no ultimo momento existirá.

Existiu para cada passageiro do Titanic,

Em cada calafrio da água gelada,

Em cada afogado que estava ao seu lado,

No choro de medo da morte,

Na oração ao Deus sentado quieto,

Ao pedido silencioso ao anjo de guarda

E quando a água gelada ao pulmão do passageiro invadiu,

Até nesse segundo,

Nesse milionésimo de segundo,

A esperança ainda existe!

Então ai...

A luz apagou e a ultima pena caiu...

André Zanarella 26/06/2013

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 29/06/2013
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