Flocos de Medo
por toda
essa sombria eternidade
que percorre o vazio
que se infiltra em cada canto
de meu aconchegado cadáver,
sinto em minha esquecida dor
os momentos de sonhos
em que me afogo agora,
como flocos de medo
a caírem sobre meus
já fatigados ombros.
ao respirar as vozes
que flutuam nos
recantos sepulcrais
de minha abandonada mente,
sinto a agonia de sonhar
nos braços dessas sombras,
que me enfeitam e instilam
os flocos de medo
ao meu alquebrado coração,
sendo curado assim
de toda esperança de luz
que supera as vagas lembranças
desse futuro feliz a que estou
sufocantemente negligenciada.