O Corpo quer voar
Mãos vão para a vida,
pegue num galho qualquer e voe...
encostem nas fronteiras do céu
e lá deslizem, o céu é o limite!
e quando nele viverem, um dia
saudarão o infinito.
Olhos fujam de mim,
viajem por olhares alheios,
penetrem em almas que causem devaneios,
emudeçam quando quiser,
contemplem sempre esta perfeição,
admirem sempre o cotidiano,
deixem-se voar para os horizontes infindos.
Pernas corram,
de skate, bicicleta ou a pé,
sustentem seu corpo com leveza,
flutuam na sintonia da vida,
nos sons da derradeira melodia.
Boca sinta as gotas,
da saliva ou do suor,
deguste vinhos,
abra-se para amar.
Pele sinta peles,
sinta os ventos e os mares,
sinta dores e outros males,
só não deixe de arrepiar-se
quando for amar.
Vá vida, abuse de seus limites
viva o sol poente
viva, ardentemente
e não se ponha.