Samba do Tropeço
Se um dia eu for capaz de te esquecer
Num dos versos sofridos de um samba
Já não terei a ferida que me pôs de cama
Cicatrizou, pois cansou de tanto doer
Vou reaprender a sorrir
Ao transgredir tantas memórias
E me pegar a cantar
Outra andança, outra história
E, finalmente, poder ser feliz
Com a vida que eu levo
A felicidade como sempre quis
E não a que me trouxeram
Pois nas costas trago tanto
Em meio a nomes e delírios
Que hoje ainda guiam meu canto
No entanto, me encanto e espanto
A poeira das fotos na estante
Nessa vida torta, o tropeço
Traz a queda e forma o homem
Que se ergue num novo começo
Feliz de quem renasce e se aninha no berço
Das chamas que o peito consome