Samba do Tropeço

Se um dia eu for capaz de te esquecer

Num dos versos sofridos de um samba

Já não terei a ferida que me pôs de cama

Cicatrizou, pois cansou de tanto doer

Vou reaprender a sorrir

Ao transgredir tantas memórias

E me pegar a cantar

Outra andança, outra história

E, finalmente, poder ser feliz

Com a vida que eu levo

A felicidade como sempre quis

E não a que me trouxeram

Pois nas costas trago tanto

Em meio a nomes e delírios

Que hoje ainda guiam meu canto

No entanto, me encanto e espanto

A poeira das fotos na estante

Nessa vida torta, o tropeço

Traz a queda e forma o homem

Que se ergue num novo começo

Feliz de quem renasce e se aninha no berço

Das chamas que o peito consome

Luiz Otávio Esteves
Enviado por Luiz Otávio Esteves em 28/06/2013
Código do texto: T4361842
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