DESPATRIADO
Sou um apátrida
Não nato
Abaixo do equador
Sou um filho das agruras
Do pai que não me criou
Sou o rebotalho
Sou o talho
Esculhambado
Caralho
Pó da madeira, serralho
Andrajos do imperador
Sou o jugo
Do branco gago
O ultraje do nagô
Um diabo
De cabo a rabo
As entranhas
Do robô
Da faca, facão
E facho
Meia lua, macaco
Nem malê, nem o sotaque
Sem pátria
Onde é que estou?