Sono dolente
Espalhados pelo chão
Sob a cama, ao seu redor,
Jazem pálidos meus sonhos.
Não espero mais a noite,
Que me inquieta no silêncio
Que se abate sob o céu,
Sobre os tetos onde habitam
Dos mais cândidos desejos
Às mais tórridas volúpias.
Isso tudo já se foi,
Enterrou-se sob a pedra,
A maldita companheira
Dos poetas do caótico,
Os que buscam não encontrar
Porque vivem da incerteza;
Os que gozam na procura,
Que se aturdem se tranquilos.
Em meu leito, essa tortura
Que lancina em meio ao breu,
Vermiformes parasitas
Nas entranhas dos meus nervos.
Só me resta assim partir
Para um sono sem escala
Quando então me beije a morte
Senão coisa parecida.