Do Se
E se ele estiver, apenas, escondido
(no mesmo ninho) me sondando, atentamente?...
Se aquilo que o coração tinha sentido,
eu descobrir que o coração, ainda, sente?
Se o que chega, for o alado sentimento
(pelo mesmo pássaro que voou no passado)
nas ocultas asas desse permanente vento
que, pelo coração, não deixou de ser soprado?...
Se o canto que me encanta tanto, agora,
não tiver trocado de tom nem de passarinho?...
Se o sentimento (posto no antigo ninho)
estiver quebrando a sua casca sonora?...
Saberei beber desse envelhecido vinho
ou continuarei sóbrio por joga-lo fora?
27-06-2013
Roberto (cr).