Do Se

E se ele estiver, apenas, escondido

(no mesmo ninho) me sondando, atentamente?...

Se aquilo que o coração tinha sentido,

eu descobrir que o coração, ainda, sente?

Se o que chega, for o alado sentimento

(pelo mesmo pássaro que voou no passado)

nas ocultas asas desse permanente vento

que, pelo coração, não deixou de ser soprado?...

Se o canto que me encanta tanto, agora,

não tiver trocado de tom nem de passarinho?...

Se o sentimento (posto no antigo ninho)

estiver quebrando a sua casca sonora?...

Saberei beber desse envelhecido vinho

ou continuarei sóbrio por joga-lo fora?

27-06-2013

Roberto (cr).

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 27/06/2013
Reeditado em 10/12/2015
Código do texto: T4360750
Classificação de conteúdo: seguro