Por Detrás das Sombras
Da noite que esvai toda escura
enquanto no amor uma jura
e no espaço a estrela tão nua;
algum passo apressado entre a inspiração
que bate e rebate o anseio
e na mente entremeio um suspiro
e o olhar alquebrado, aturdido;
enquanto eu caminho sozinho, luz na escuridão.
Da noite o retrato calado
de um vulto alado e aliado da sombra
fazendo sua ronda em busca de alma qualquer;
e o passo depressa e o que resta qual ao medo
do enredo da vida sofrida no copo do pecador,
mas, se houver o calor do abraço
e do amor no entrelace das almas;
enquanto caminho sozinho, selado na dor.
Da noite o que espero amanhece
e arrefece sorrindo qual raio de sol
do olhar pela brisa do leve farfalhar;
e agora dois passos caminham tranquilos
contemplando o vazio e aquilo
que no decorrer da estrada nasce à madrugada
que esvai e carrega as mazelas das guerras;
batalhas, combates, de espíritos intelectuais.