Enlevos Obtusos de um Verso

Me entrego singelo ao mundo profundo

além da ficção, e enlevo obtuso esse verso

que é quase o incerto oculto à luz da coesão;

então me desfaço, e às estrelas em observação.

Me entrego de corpo e de alma e de letras

além do pensamento, e enlevo obtuso esse verso

que é quase reverso e disperso e é proliferação

da lágrima surda escorrida de um vão no coração.

Me entrego ao caminho e sozinho busco solução

além da sensação, e enlevo obtuso esse verso

que é em forma o regresso à humildade;

então peço arrego a mão da sociedade.

Me entrego por inteiro ao certeiro amor

além do dissabor, e enlevo obtuso esse verso

que é paixão ao olhar azulado do mar;

então é a bruma confusa que me faz divagar.

Me entrego aos anseios tremendos de um beijo

além dos desejos, e enlevo obtuso esse verso

que é quase o gosto do mel nos seus lábios;

então me retiro ao asilo esquecido dos sábios.

Me entrego aos mistérios herméticos e místicos

além da mente do vulgo, e enlevo obtuso esse verso

que é translúcido ante o fogo mortífero do sol;

então o final é poético e desfaz-se à luz do arrebol.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 27/06/2013
Reeditado em 27/06/2013
Código do texto: T4360447
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