IMPULSO

Já não há música a tocar

nem sons a enfeitar o ar.

Não há cheiro de mata molhada

e nem a chuva me desperta

Dissolve-se o sonho,

enturvando a tarde

e no breu da varanda

não há mais palavras.

Há cadeiras vazias.

Na ausência de estrelas,

pinto e bordo a calmaria

e quem irá entender

um mar sem maresia.

Olho as portas fechadas,

o brilho que se turvou

fantasias esquecidas,

perdidas...

parte do sonho que se desfez...

Vejo dois caminhos e uma escolha

e na incerteza, a esperança grita...

que perpasse a onda

eu só quero sorver o sumo

soprar o vento.

e voar

num impulso

ao encontro do tempo.

Cláudia Gonçalves e Arlete Castro .

Cláudia Gonçalves
Enviado por Cláudia Gonçalves em 03/04/2007
Código do texto: T435996