IMPULSO
Já não há música a tocar
nem sons a enfeitar o ar.
Não há cheiro de mata molhada
e nem a chuva me desperta
Dissolve-se o sonho,
enturvando a tarde
e no breu da varanda
não há mais palavras.
Há cadeiras vazias.
Na ausência de estrelas,
pinto e bordo a calmaria
e quem irá entender
um mar sem maresia.
Olho as portas fechadas,
o brilho que se turvou
fantasias esquecidas,
perdidas...
parte do sonho que se desfez...
Vejo dois caminhos e uma escolha
e na incerteza, a esperança grita...
que perpasse a onda
eu só quero sorver o sumo
soprar o vento.
e voar
num impulso
ao encontro do tempo.
Cláudia Gonçalves e Arlete Castro .