Vocalizes

Distante um braço

Acompanha-me a morte

Como anjo da guarda

Fiscal de entranhas

Seco de luz

Sono marulhos d´água

Olhos descansam

Dormem em ponta de faca

Quanta poesia na morte do cão

Perto da margem

Sibilam elísios de ácido

Compasso riscado na borda do tempo

Hoje é o dia

De todas manhãs

Festa,

Teu canto lamúria

É canto espúria

Nasci

Versário

Cada passo

repasso álbum destinatário

Felicidade verniz

Fosca realidade

Aprendiz dos dias incógnitos

Apraz solidão passaredos

Visão de colinas

Ondas verdes

Desses dias de quem sou

Imortal enquanto vivo

Digo a mim

Das flores aos túmulos

Carcereiros de serpentes

gentis como lama

Mas eis fogo libertário

Em minha sobeja eterna infância

Memórias soltas

Flutuam no adeus

Inocentes crianças

De todos os momentos

A engolir esfomeado

Tempo presente

É prato contado

Agora

A um braço da eternidade

Estou do lado de fora

Aceno como um cego

Confiante como náufrago das estrelas

Vozes no lago sussurram veleidades

E o látego da vaidade

Bate...

Bate...

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 18/08/2005
Código do texto: T43595