Canção da Páscoa

Quando na lei das soberanas eficácias,

O Poeta se oferece à musa marcada,

Em uma semana especial de páscoa cercada

Faça uma cesta para Deus com tanta audácia.

Terminasse eu nesta data as serpentes

Do mal que me explora nesta desgraça

Bendita noite dos deleites mais ardentes

Que teu ventre concebeu minha graça.

Páscoa que celebra a fertilidade eleita

Com seu gosto de chocolate efêmero,

Num fogo que me arremessa a um número

Uma carta de amor muito bem feita.

Festa judáica milenar para comemorar

A liberdade do povo Hebreu e suas meditações,

Neste ramo da lei de Móises e seus corações

De Juda a Salomão reis de Israel ao explorar...

A fertilidade do coelho com símbolo no ovo

Por entender os desígnios eternos ó cenas

Da própria bíblia em sua palavra plena

Na fogueira dedicada ao materno e novo.

Sobre a auréola do anjo prudente

Na noite da sexta santa do filho abençoado,

Ó Deus vivo da glória no filho marcado

Há um gosto de amor no néctar temente.

Às nuvens ele subiu ao Pai Eterno

Na via-sacra entre espinhos da densa floresta

O Espírito Santo segue a eterna festa

Do feliz filho como salvador sábio e terno.

Os que ele ama o observam chorando

No desespero do sofrimento na cruz

Buscam se espelhar no mestre e sua luz

E empenham-se em orar cantando.

Ao pão e ao vinho da santa ceia

No ritual de Deus ao povo abençoado

Pela luz da vida eterna marcado

Nos passos do Cristo que incendeia.

Os corações dos homens aos gritos

Na esplêndida glória que deseja amar

Os seus filhos de sangue para desarmar

O mal que espreita a humanidade em ritos.

Assim de joelhos no agradecer intenso,

Com óleo e mirra de manjares e licores,

No beber e comer dos festejos e seus amores

Posso pregar a palavra sorrindo e nada tenso.

Afasta-se ó fiel das ímpias fantasias,

Sobre todos pousa a dor e o esquecimento

Que quer ferir a carne com padecimento

Das unhas e garras das terríveis Harpias.

Ao céu do Deus da verdade e descência,

O Poeta eleva sereno verso de mãos devotas,

Ao Cristo Rei da Glória de terras ainda remotas

Ao cintilante brilho da sua total vidência.

Bendito vós, Senhor, que perdoas a todos

Com óleo puro que nos depura os crimes

No divino sacramento sem ódio ou ciúmes

Nos prepara fortes o santo néctar ao seu modo.

Eu sei que há um lugar para este Poeta

Nas radiosas linhas das santas obrigações

Dos Tronos, dos valores, das Dominações.

E que o seduzireis na eucaristia secreta.

Bendita dádiva da luz suprema,

Do céu e da terra estão dispersos

Imperativo é conferir os tempos e universos

Para cortar num místico e tardio dilema.

Mas as jóias do oriente em Jeruzalém reluziam

Nos tesouros da Terra no mais raro diamante

Esta bela gema eterna e tão cintilante

Do amor de Deus nunca partiam.

Pois a vida brota de uma luz pura,

Arrancada à madre dos raios imperativos,

Nada mais os alcançará estes nativos

Dos olhos imortais e radiantes da ventura.

Herr Doktor

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 03/04/2007
Reeditado em 29/09/2008
Código do texto: T435927
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