a idiotice de ser um idiota

e, na calada da noite, eu me calo.

na verdade, meu calo sempre foi ser calado demais.

coisa minha.

coisa mesquinha.

mas, ainda assim, minha.

se eu prefiro que me fira meu calo, calado eu fico, querendo falar.

não falo.

não porque quero que me doa meu calo, mas porque, simplesmente, não consigo não calar.

silêncio que não dói, mas que se sente.

se sente a ponto de se confundir com dor.

sem sê-la.

ou talvez a seja e eu não perceba.

melhor não perceber que fingir não percebê-la.

angústia?

talvez.

pelo quê?

não sei.

de tudo, de nada.. de nada me importa!

se eu sinto, sinto e não preciso explicar.

explico o que posso, não forço pensar.

pensar dá defeito... com efeito, sem volta.

assim, mais de perto, pareço idiota.

e talvez eu o seja.

ou o queira ser.

RAMOS Henrique
Enviado por RAMOS Henrique em 26/06/2013
Código do texto: T4358732
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