Outros nós

Poeta cego

de tanto olhar

só para seu ego

você calou minha voz

esse teu muro

construiu um nó cego entre nós.

Quanta violência

há nessa tua ausência

tanta falta faz tua presença

na essência

sinto que pesa

nos meus olhos

o teu secreto mirar

Tocar a vida sem teu encanto

apalpar o cadáver do nosso sonho desfeito

apagar dos olhos esse tanto pranto

cravar outra realidade no peito

Sigo querendo teu querer violento

o fogo dos teus olhos

que queima tão lento

teu desejo ciumento e mudo

que não oferece nada

e exige tudo

suas desmedidas

sua ausência de noção

tua vontade insana de me fazer caber

em tuas mãos

e o cinismo deslavado

de me acusar de sedução.

Meu amor desprezado

que facilmente vira ódio

tua ponta tão puxada

atada na resistência

desse frágil nó górdio....

Bárbara luiza Magalhães
Enviado por Bárbara luiza Magalhães em 24/06/2013
Reeditado em 12/09/2013
Código do texto: T4355954
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