Outros nós
Poeta cego
de tanto olhar
só para seu ego
você calou minha voz
esse teu muro
construiu um nó cego entre nós.
Quanta violência
há nessa tua ausência
tanta falta faz tua presença
na essência
sinto que pesa
nos meus olhos
o teu secreto mirar
Tocar a vida sem teu encanto
apalpar o cadáver do nosso sonho desfeito
apagar dos olhos esse tanto pranto
cravar outra realidade no peito
Sigo querendo teu querer violento
o fogo dos teus olhos
que queima tão lento
teu desejo ciumento e mudo
que não oferece nada
e exige tudo
suas desmedidas
sua ausência de noção
tua vontade insana de me fazer caber
em tuas mãos
e o cinismo deslavado
de me acusar de sedução.
Meu amor desprezado
que facilmente vira ódio
tua ponta tão puxada
atada na resistência
desse frágil nó górdio....