Cronos em nós
Acordo e olho o calendário
num automatismo senil
independente do cronos
todo dia em mim
é dez de abril.
E denovo você renasce
com força
obriga o coração da moça
a ser servil.
Luto, resisto, me canso
a liberdade de nada sentir
não alcanço
a outros desejos me lanço
Olho para trás com desejo de me ver livre
alcanço uma pausa
da distância que tive
dá para sorrir até
mas, é só um instante de descuido
percebo os grilhões, os nós
que me atam ao teu pé.
Por fim
ao cansaço já não resisto
retorno ao velho vício
do início
desisto
Te reacomodo em mim.