O coringa do baralho

De que adianta ter sensibilidade

Se o outro vem e a nega

Entrega de graça o que te encomoda

De boca aberta, ninguém sossega

Sai caro essa desgraça de graça

Um riso, um olhar, um gesto

Entre tolos, a conspiração de mordaça

Sociabilidade, alimento horrível e indigesto

Mas viver requer isso, suportar é preciso

Aturar os tolos, com deboche ou seriedade

Não importam seus atos, tudo é vaidade

Em cada verme humano há um narciso

Sendo assim o conflito é necessário

Mas não necessariamente o físico

O de corpos em fúria, algo tão arbitrário

Gestos e palavras machucam tanto quanto

E muitas vezes é o coringa do baralho