CARTA DE ALFORRIA
CARTA DE ALFORRIA
Queria asas, queria saber voar
e até conseguir chegar,
quem sabe as gaiolas do mundo
não me deixem habitar a sombra
de onde eu quero estar,
onde habita o sonho...
Será este meu lugar?
Lanço-me na esperança de chegar
onde exista na verdade
a mais completa viagem
feita de silêncio e olhar
na pura essência do sonhar.
O vento toca minhas asas e
com sutileza desenha suas nuances
entre o desejo e o possível
tocando o fio quase invisível
em que só a liberdade alcance
na espera o poder se reencontrar,
naquilo que há de mais humano...
Quero voar e nas minhas asas
realizar o mais incrível plano
Num desenho quase certeiro
o bater na porta de um carteiro
trazendo a mais louca notícia:
_que num voo com pericia,
descobriu-se a rota do mais livre amar...
Joselito de S. Bertoglio e Marisa Schimidt