RENASÇO
Ouço o silêncio que fala…
Envolto na penumbra das palavras
Acordo o som que me atormenta
E me castra os sentidos
Vejo nascer o Sol, por entre a bruma
Rasgo horizontes ofuscados
Pelo tédio, e melancolia
Liberto-me da lama
E das areias movediças
Grito no deserto da multidão
Que me envolve, e me asfixia
Renasço do silêncio
Do barulho do nada
Que se imobiliza
Que não se vê, que não se ouve
Que não sente…
Desnudo-me do marasmo em que existo
Renasço das cinzas…da minha morte.