do inverno...

escorre

líquido amniótico,

entre os ossos das árvores

sobre a lápide do outono

brota o inverno

e na posse

de corpos e do tempo

leva o que foi ontem,

lava o que foi verde

esfria o que foi quente

em dedos muitos

traz o arrepio do abraço

arrepio que trinca os dentes

e sem pressa, sem vestes

planta na boca, o silêncio

e se nada além quisesse

mas quer... e quase mudo

rasga a pele do orvalho

numa gota ainda viva

derrama seu sêmen

em gelo, geme...

Almma
Enviado por Almma em 22/06/2013
Código do texto: T4352816
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